Eu sou desses que confiam na internet para fazer minhas compras, mas sempre prefiro sair à busca do produto numa loja. Quando sei que o produto é difícil de ser encontrado eu me dedico ainda mais antes de me render aos cliques do mouse e a espera pela postagem. Com isso em mente, levei adiante meu plano de adquirir meu iPad 2 numa loja física. Sim, eu sabia que ele havia esgotado em tempo recorde e que várias pessoas indignas de elogios se mataram por semanas em filas virtuais e listas de espera não apenas por um tablet, mas PELO tablet (ou pelo menos pros próximos seis meses).
Antes que você, leitor curioso, pergunte, meu modelo de iPad 2 perfeito é o preto (pois deixa a câmera frontal mais discreta) de 64GB com apenas Wi-Fi (já tenho Wireless em casa e no trabalho, não preciso gastar uma grana violenta com o 3G). Para você se divertir um pouco da tragédia alheia, clique em "Continuar Lendo" e divirta-se!
Sexta-feira - 10 de junho - 15:00 - Centro do Rio
Decido visitar a Saraiva Mega Ouvidor, com seus três excelentes andares perfeitamente bem divididos onde há uma bela mesa com vários iPads à mostra. Cheio de empolgação, já me imaginando saindo da loja com a minha caixinha numa bolsa e doido pra ir pra casa, espero por alguns minutos o atendente aparecer para me informar que em toda a Rede Saraiva o iPad 2 estava esgotado. Resolvi perguntar por qual motivo então eles estavam divulgando um produto que não estava disponível e a resposta foi que o contrato com a Apple obrigava as lojas a deixarem o tablet sempre em exibição, mesmo que estivesse esgotado. Tentei comprar o do mostruário, como a Saraiva do Botafogo Praia Shopping fez com modelos do primeiro iPad antes da chegada da segunda geração com incríveis 30% de desconto, mas não foi possível. A razão do vendedor foi que aqueles tablets eram programados exclusivamente para demonstração. Não sei realmente até que ponto acreditei nesse motivo.
Eis que então saio da Saraiva na direção do Edifício Avenida Central (batizado com o nome da rua onde foi construído, que anos depois passou-se a chamar Avenida Rio Branco). Além de várias lojas de informática, é o lar do Promoinfo Centro, um dos maiores "shoppings" de informática na cidade.
Não sei se vocês sabem, mas todos os Promoinfos que temos no Rio de Janeiro são compostos por micro stands, um do lado do outro e você realmente se sente um ventilador, girando da esquerda pra direita, repetindo sempre a mesma pergunta. No meu caso: "vende iPad?".
Em grande maioria a resposta foi "não", mas alguns diálogos realmente muito bons, entre algumas boas horas de caminhada lenta e cansativa de "você vai pela esquerda e eu pela direita", destacam-se. São eles:
"Vende iPad?"
"Vende. Tem o Galaxy e o Chom." (Pra quem não sabe, a pronúncia correta do "Xoom" é "ZUM")
"Mas tem iPad?"
"Pô, cara. Tem, o Galaxy."
"Obrigado."
"Vende iPad?"
"Olha, eu tenho o 'ePad'."
"Olha, eu tenho o 'ePad'."
"O que é um 'ePad'?"
"É um iPad!"
"E qual é a diferença?"
"É que esse é de outra marca!"
"Obrigado."
Já exausto, sabendo que até então a melhor condição de pagamento era o próprio site da Apple, além de ser aparentemente o único lugar que ainda vendia o iPad, mesmo que com tristes três semanas na previsão da entrega eu decidi deixar para o dia seguinte a minha busca.
Sábado - 11 de junho - 16:00 - Barra da Tijuca
Após trabalhar durante a manhã e fazer várias coisas nem um pouco relacionadas ao meu iPad resolvi procurar na Barra da Tijuca. E meu primeiro destino foi um pequeno stand na praça de alimentação do Shopping Downtown que, embora eu nem saiba qual é o nome, ele vende quase TUDO de tecnologia. Para minha total falta de surpresa, eles não tinham o iPad.
Então continuei descendo a Avenida das Américas e, quem frequenta a Barra deve saber. Se num sábado à tarde, o Downtown estava bem vazio (não tanto quanto na foto), vocês devem fazer ideia de como estava o bendito Barra Shopping, certo? Parecia que o natal havia chegado e ninguém nem me avisou nada!
Era uma situação verdadeiramente impossível. Cada centímetro quadrado dos corredores estava ocupado e o cansaço começava a se misturar com a dor nas pernas de tanto andar e com a irritação de estar num lugar muito cheio e barulhento.
Ao chegar na Fnac me deparo com a mesma situação vivida no dia anterior dentro da Saraiva, com o atendente explicando que ter vários iPads à mostra numa mesa de "COMPRE AQUI O SEU IPAD" não significava nem um pouco que fosse que eles tinham iPads para vender. Resignado, saio da loja em direção à iTown, que passa pelo mesmo problema. Coloca iPads nas vitrines, nas mesas e parece não sobrar nenhum pra colocar no estoque.
Minha última tentativa no Barra Shopping foi a FastShop, onde um vendedor, numa estranha tentativa de conquistar o cliente ao dar uma informação suspeita, diz pra mim que é bem improvável que qualquer loja do shopping possa ter algum iPad à venda. Eu não sabia como reagir a tal notícia. Por um lado fiquei bastante contrariado de ter que parar minha busca (que já estava acabada de qualquer forma, visto que a única loja que faltava era a Saraiva e eu sabia que estava esgotado na rede toda), mas por outro fiquei bastante feliz e satisfeito de ter encontrado um movito para sair daquele lugar pavorosamente lotado.
Eis que sou informado da existência de uma outra revendedora autorizada da Apple dentro do Rio Design Barra e é para lá que eu decidi ir. Contudo, como estava de ônibus, decidi descer em frente ao Promoinfo Barra para ter a certeza de que pesquisei no maior número de lugares o possível.
Dentre os vários diálogos que me levaram a crer que iPads eram invenções da Apple e que não existiam de fato, o melhor deles foi:
"Vende iPad?"
"Vende."
"Preto com 64GB só com Wi-Fi sem 3G?"
"Vende."
"Quanto é?"
"R$2.700,00" (bem mais caro que no site da Apple)
"Parcela?"
"Pô, cara. Esse valor é baixo demais pra parcelar. Tem que ser à vista mesmo."
Foi nessa hora que eu saí de lá com muito medo de perguntar pra ele qual que seria o valor mínimo para parcelamento. Isso sem contar que eu também já estava me sentindo um ventilador de novo.
É incrível como, depois de andar horrores com um par de tênis que parece destruir seus pés a cada passo, as coisas parecem ser ainda mais longe do que os seus queridos olhos lhe enganaram e tive a sensação de que caminhei por uma hora inteira para fazer aquele percurso que aparentava ser tão curto.
O Rio Design Barra, para fins do meu iPad, só possui duas lojas que valem a pena visitar. Esta tal autorizada da Apple no subsolo e uma FastShop no primeiro andar.
Não preciso nem dizer que na FastShop a única coisa de iPad que tinha era uma mesa de "Compre Aqui" além de várias imagens de como o iPad é legal e que você deve ter o seu. Ajudaria bastante se eles fizessem o pequeno favor de estocarem alguns modelos pra gente.
Eu gostaria até de aproveitar o momento e fazer minha paz com o pobre vendedor que estava apenas trabalhando num fim de tarde de sábado, pois o diálogo na MacStore foi como se segue:
"Vende iPad?"
"Pô, cara... não."
"Porque teria? Obrigado."
Dei meia volta e saí da loja. O vendedor foi até bem gentil comigo, mas eu queria que pelo menos UMA loja tivesse o iPad.
Foi então que saí de lá e, após passar pela festa junina do Novo Leblon, resolvi ir ao Barra Garden, um shopping caro, fútil, sem uma loja-âncora que seja pra contar história. Mas eu sigo a filosofia de que TODO shopping tem pelo menos uma loja de informática. E com essa esperança no coração, lá fui eu.
E então eu vi. Na vitrine de uma loja no segundo andar. Cinco caixas lindamente colocadas. Eles vendiam o iPad 2 e eu nem precisei perguntar se tinha! A hora era aquela! Nada mais iria me deter. Eu ia finalmente sair dali com meu iPad na mão!!!! Não fosse por um pequeno detalhe: a loja estava fechada.
Enquanto decidia se ria ou chorava, se achava graça, ficava nervoso ou desistia, eu me inclinei na vitrine e tive a ideia mais retardada que já tive. Enfiei a cara na mínima fresta entre os dois vidros que formavam a vitrine e comecei a assoprar. Confira o diálogo:
"Raphael, o que você está fazendo?"
"Tentando assoprar lá dentro, pros iPads cairem no chão e eu poder ver a capacidade deles que está impressa no verso da caixa!"
O diálogo foi apenas isso, pois eu fui removido do local com a promessa de conferir na internet o preço do iPad na loja do Barra Garden.
O que deve ter sido, ainda mais do que o vendedor que não parcelava R$2.700,00, o maior absurdo que eu vi em relação a comprar (ou não) o iPad 2. A loja, PCMall vende o iPad com 64BG e 3G (não tem 64GB) por absurdos R$3.390,00. São OITOCENTOS reais a mais do que no site da Apple. Aquilo, sim, passou de todos e quaisquer limites do bom senso e do preço justo, por mais que caro.
Resumo da ópera: eu acabei comprando meu iPad pelo próprio site da Apple, que dá frete grátis e parcela em até 12x sem juros pra quem quiser aproveitar e adquirir o que é o melhor produto do ano. Além disso, assumo que agora me divirto bastante lembrando disso tudo, além de conferir a cada cinco minutos o status do pedido e de ter ficado até depois das 2 da manhã compartilhando com vocês essa história!
Eis que sou informado da existência de uma outra revendedora autorizada da Apple dentro do Rio Design Barra e é para lá que eu decidi ir. Contudo, como estava de ônibus, decidi descer em frente ao Promoinfo Barra para ter a certeza de que pesquisei no maior número de lugares o possível.
Dentre os vários diálogos que me levaram a crer que iPads eram invenções da Apple e que não existiam de fato, o melhor deles foi:
"Vende iPad?"
"Vende."
"Preto com 64GB só com Wi-Fi sem 3G?"
"Vende."
"Quanto é?"
"R$2.700,00" (bem mais caro que no site da Apple)
"Parcela?"
"Pô, cara. Esse valor é baixo demais pra parcelar. Tem que ser à vista mesmo."
Foi nessa hora que eu saí de lá com muito medo de perguntar pra ele qual que seria o valor mínimo para parcelamento. Isso sem contar que eu também já estava me sentindo um ventilador de novo.
É incrível como, depois de andar horrores com um par de tênis que parece destruir seus pés a cada passo, as coisas parecem ser ainda mais longe do que os seus queridos olhos lhe enganaram e tive a sensação de que caminhei por uma hora inteira para fazer aquele percurso que aparentava ser tão curto.
O Rio Design Barra, para fins do meu iPad, só possui duas lojas que valem a pena visitar. Esta tal autorizada da Apple no subsolo e uma FastShop no primeiro andar.
Não preciso nem dizer que na FastShop a única coisa de iPad que tinha era uma mesa de "Compre Aqui" além de várias imagens de como o iPad é legal e que você deve ter o seu. Ajudaria bastante se eles fizessem o pequeno favor de estocarem alguns modelos pra gente.
Eu gostaria até de aproveitar o momento e fazer minha paz com o pobre vendedor que estava apenas trabalhando num fim de tarde de sábado, pois o diálogo na MacStore foi como se segue:
"Vende iPad?"
"Pô, cara... não."
"Porque teria? Obrigado."
Dei meia volta e saí da loja. O vendedor foi até bem gentil comigo, mas eu queria que pelo menos UMA loja tivesse o iPad.
Foi então que saí de lá e, após passar pela festa junina do Novo Leblon, resolvi ir ao Barra Garden, um shopping caro, fútil, sem uma loja-âncora que seja pra contar história. Mas eu sigo a filosofia de que TODO shopping tem pelo menos uma loja de informática. E com essa esperança no coração, lá fui eu.
E então eu vi. Na vitrine de uma loja no segundo andar. Cinco caixas lindamente colocadas. Eles vendiam o iPad 2 e eu nem precisei perguntar se tinha! A hora era aquela! Nada mais iria me deter. Eu ia finalmente sair dali com meu iPad na mão!!!! Não fosse por um pequeno detalhe: a loja estava fechada.
Enquanto decidia se ria ou chorava, se achava graça, ficava nervoso ou desistia, eu me inclinei na vitrine e tive a ideia mais retardada que já tive. Enfiei a cara na mínima fresta entre os dois vidros que formavam a vitrine e comecei a assoprar. Confira o diálogo:
"Raphael, o que você está fazendo?"
"Tentando assoprar lá dentro, pros iPads cairem no chão e eu poder ver a capacidade deles que está impressa no verso da caixa!"
O diálogo foi apenas isso, pois eu fui removido do local com a promessa de conferir na internet o preço do iPad na loja do Barra Garden.
O que deve ter sido, ainda mais do que o vendedor que não parcelava R$2.700,00, o maior absurdo que eu vi em relação a comprar (ou não) o iPad 2. A loja, PCMall vende o iPad com 64BG e 3G (não tem 64GB) por absurdos R$3.390,00. São OITOCENTOS reais a mais do que no site da Apple. Aquilo, sim, passou de todos e quaisquer limites do bom senso e do preço justo, por mais que caro.
Resumo da ópera: eu acabei comprando meu iPad pelo próprio site da Apple, que dá frete grátis e parcela em até 12x sem juros pra quem quiser aproveitar e adquirir o que é o melhor produto do ano. Além disso, assumo que agora me divirto bastante lembrando disso tudo, além de conferir a cada cinco minutos o status do pedido e de ter ficado até depois das 2 da manhã compartilhando com vocês essa história!
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Um épico digno de Homero. Poxa, o XOM e o EPAD parecem nomes tão confiáveis hehe
ResponderExcluirEu consigo com IPAD 2 beem mais barato que isso no Paraguai \o
ResponderExcluirSou do RS, viajo pra lá de vez em quando.
Mas vou esperar mais um pouco, quem sabe eles ainda não lançam em 3D?
Jesus, vou comprar os direitos pra fazer um livro e um filme com essa saga! hahaha #tenso
ResponderExcluirAcabei de ver. Um Ipad 2 no site do Paraguai u.u
ResponderExcluir" Apple iPad2 64GB Tablet 9.7" /Bluetooth/Mapas/Usb Wifi 3G - White " - U$ 1136.00.
Ou seja, quase 1828 reais. E isso com 3G!
Não dá pra comprar eletronicos no Brasil.
Por isso to a fim de ver uma LED 3D lá. Por que aqui... A coisa ta foda.
Aaah, legal. Aproveita e compra!
ResponderExcluirAgora já comprei o meu. acho que, mais ainda que o próprio iPad, a história que eu tenho pra contar vale muito a pena! ;)