Eu fiquei muito suspeito quando Britney Spears começou a divulgar seu novo CD. A começar pelo primeiro single, "Hold It Against Me", que, embora boa, em nada parecia com o estilo de Spears. Mas foi só ela lançar o clipe naquele novo estilo próprio de "eu não sei mais dançar, queria estar em casa vendo filme" bem similar à clássica apresentação de Gimme More na MTV que logo eu me acostumei que era um trabalho dela. Antes que eu comprasse meu álbum, eu ouvi várias opiniões (ajuda a criar opiniões se o CD inteiro vaza na internet antes de ser lançado), mas como eu sou daqueles que só escuto as músicas quando compro o meu CD original, eu ouvia apenas as opiniões. A mais forte delas era que o álbum seguia nos trilhos de "Blackout", sendo todo dance. Fiquei curioso.

Logo após a divulgação do primeiro single e clipe foi divulgado o título e logo após, a capa. E eu achava que não dava pra me chocar duas vezes no mesmo álbum.

Primeiro, o título. Foi-se o tempo em que "Femme Fatale" tinha algo de fatal. Hoje é só fatídico.

As fontes da capa também são algo simplesmente pavoroso.

Capa do softpak.

Parte da minha vontade de ter o CD foi aniquilada quando descobri que o CD fora lançado numa embalagem softpak muito ruim e, ao adquirir o meu, ao perceber que o encarte vinha com páginas "em branco".  Pode até ser o estilo do encarte, mas não gostei - e a letra das músicas caberia perfeitamente nos espaços vazios.

Verso do softpak.

Vamos conferir os detalhes do CD? O Blurrei mostra pra você todas as imagens da versão nacional, assim como um faixa-a-faixa.



Assim que o CD começa, você tem a impressão que seu player vai explodir e o disco vai sair voando feito um frisbee, mas é só a mixagem da faixa, que foi muito bem feita, embora tenha o clichê "Oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh". Interessante é que o nome da música só aparece no segundo refrão, que só entra no último minuto da música. Outro detalhe legal é a música ameaçar acabar e voltar por "Oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh-oh". Dá pra dançar e cantar mesmo se você não entender uma palavra de inglês.

A transição das faixas aqui é muito legal, como se "Till the World Ends" abrisse as portas para esta faixa, que já toca em quase todas as rádios em qualquer lugar desde que fora lançada. O estilo do álbum de ser algo totalmente dançante (tanto no ritmo quanto na própria letra) é bem mantido.

É também agitada, mas muito mais no estilo balada do que as outras. Remete muito ao estilo do álbum anterior de Britney, "Circus", que começava com duas músicas bem agitadas e dava uma freada com "Out from under". "Inside Out" é bem menos lenta. Isso sem contar a referência no refrão à primeira música de Britney Spears.

Páginas 6 e 7 do encarte. SIM, ela foi pro banheiro tirar foto pro CD. É o Femme Fatale dela.

Mais uma música que utiliza de clichés fonográficos para fazer sucesso (o álbum está repleto deles). Desta vez são os assovios. Até fica bem legal e a música é bem divertida, garantindo uma volta bem sucedida à proposta do álbum. É a minha favorita do disco todo e os gemidos dela no bridge são o que há de mais clássico em Britney Spears.

O refrão dela começa com "I Wanna Go", o que deixa a gente se imaginando se realmente mudou a música. Mas a versão também ficou interessante, ainda mais levando em conta que não é ela quem faz os vocais mais longos. Esta música é cheia de "dam-dam-dam-dam". Mais um cliché.

Páginas 8 e 9 do encarte.

Essa música tem a participação da rapper Sabi. Não sabe quem é? Nem eu. Nem adianta ir pra Wikipédia, pois nem eles possuem página dela. Mas na pesquisa de imagem do Google ela aparece. Mas a música é bem divertida. Britney abusa do Auto Tune, mas o efeito metalizado de música eletro/rap ficou muito bem colocado aqui. Vale a pena.

Música pop agitada pra marcar o meio do CD. Além de boa pra dançar (como quase todo o álbum) é excelente pra grudar na nossa cabeça de uma forma muito boa.

Páginas 10 e 11 do encarte. Adorei o Femme Fatale com cara de "tô devassa assim?" Vai deixar a Sandy orgulhosa.

A música é com a participação do Will.I.Am. Isso já me deixa completamente sem qualquer argumento pra defender a faixa, mas nem com muita boa vontade eu conseguiria. Não apenas é a maior música do álbum, mas como é a única que ultrapassa os quatro minutos de duração. O primeiro minuto é inteiro cantado por DUAS frases. A primeira por Will.I.Am nos primeiros trinta segundos e Britney repete a segunda até completar o minuto. Não é uma música, é um toque para celular.

A faixa é perfeitamente posicionada para nos curar do efeito do desastre anterior. Com batida viciante e alegre é impossível não querer cantar junto com ela. Perfeitamente normal com estrofes separadas pelo refrão que leva até o fim da produção. Ela salva a nossa vontade de ouvir o álbum até o fim, mas repete o efeito da faixa de abertura, fingindo que vai acabar e voltando no refrão.

Páginas 12 e 13 do encarte.

Começa a encaminhar a gente pra fechar o CD. Deixa bem clara que a letra e o ritmo são cheios de potencial, mas o interesse maior de encerrar o CD deixa a música com a sensação de que não mostrou nem um pouco do que era capaz.

É tão divertida que chega a ser quase engraçada. Britney se compara a uma máquina dizendo que precisa da gasolina do cara. o efeito chiclete na instrumental é bem legal e a música funciona muito bem, levando o álbum a um último ápice dançante.

Páginas 14 e 15 do encarte.

Essa faixa que inicia na flauta e que termina o álbum no estilo lentinho poderia ser a música mais bonita que Britney já gravou em sua vida, a voz dela está ótima e a intrumental da música é excelente, bastante diferente de todo o material do disco, é limpa e altamente funcional. Não gostar da faixa simplesmente não é uma opção. Não fosse pela letra, que não tem nenhum sentido figurado. Ela conta à sua mãe que se apaixonou por um criminoso e, embora saiba que o mais inteligente seria nunca mais vê-lo, ela pede que sua mãe não chore, dizendo que ficará bem, pois ele tem o nome dela tatuado no braço (o amuleto dele) e então está tudo bem. Pena. Era uma música tão boa.

Contracapa do encarte.

Arte do CD com um grande "7" no meio. É o 7º CD de estúdio da cantora.

Britney Spears já passou da fase em que precisava (re)conquistar seu público e se sentiu confiante o bastante para lançar no mercado não um álbum marcante, mas apenas mais um álbum. Embora seja muito mais prático, não sei se é uma boa escolha, pois os fãs já se acostumaram a álbuns icônicos (In the Zone, Blackout e Circus). "Femme Fatale" jáa acusou desde o título e da arte da capa que não era o melhor trabalho de Spears, mas ainda é muito melhor que as musiquinhas teen que recheavam seus três primeiros álbuns (não os singles, mas músicas como "E-mail My Heart", "Dear Diary" e "When I Found You").

O mais interessante é que "Femme Fatale" é quase um faixa-a-faixa do último álbum de Madonna, Hard Candy (que já vai completar três anos de lançado, dá pra lançar outro, fazendo o favor?). Com direito a ter 12 faixas, uma música irritante e chiclete no meio (Incredible-Big Fat Bass) e terminar com uma música triste que nem todos gostam (Voices-Criminal).

A divulgação do álbum está muito boa. Com posteres na maioria das lojas e displays em vários alarmes nas portas. A Sony Music até colocou uma página inteira dedicada ao álbum na edição de abril do Almanaque da Saraiva. Só não entendi o "Oferta Exclusiva" para um preço que está sendo praticado em todas as lojas.

Até agora apenas duas músicas já tiveram seus vídeos lançados, repetindo a estratégia do último álbum de Spears de lançar o primeiro single junto com o vídeo uns dois meses antes do álbum e comercializar o segundo clipe e single a partir do dia do lançamento do álbum.

Confira abaixo os vídeos em ordem de lançamento: "Hold It against Me" e "Till the World Ends":





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