No Cinema: "Os Agentes do Destino"

Muitos dizem que ficção científica e romance são como água e azeite e que nem adianta tentar juntar os dois. Eu acho que é daí que começa a mimha gigantesca empatia com "Os Agentes do Destino". Isso e o fato dele ter a ficção científica em sua forma mais crua, trabalhando apenas uma realidade dentro da outra. Adicione isso a fato do filme começar em 2006 e acabar em 2010 (ao invés de começar em 2581 e acabar em 2585) e eu saí do cinema verdadeiramente apaixonado.

Ao descobrir que o filme era a estreia na direção do roteirista da Trilogia Bourne (que também assinou o roteiro deste longa) eu assumo que fiquei bastante cético em relação à qualidade, achando que seria apenas mais um filme com excesso de tecnologia e muitas cenas de ação. Tamanha foi minha surpresa ao ver que a tagline original aqui representa perfeitamente não apenas o enredo (como faz segunda tagline, usada no pôster nacional), mas também como ele é decidido. A ambiguidade que atrai tanto os amantes da ação quanto os do romance. Os amantes da ficção científica já eram atraídos o bastante pelo nome de Philip K. Dick nos créditos do longa (pra quem não sabe, Dick é autor das obras que originaram "Blade Runner", "Minority Report", "O Vingador do Futuro, "O Pagamento", "O Homem Duplo" entre outros).

Assistindo ao filme a primeira coisa que a gente percebe é a incrível química entre Matt Damon e Emily Blunt. Faz-me desejar que eles façam par romântico pra sempre. Só ele com ela e só ela com ele, mais ninguém. A segunda coisa que a gente repara é que os dois sinais do rosto de Matt Damon estão quase virando verrugas e ele ainda é o Matt Damon.

"Os Agentes do Destino" conta a história de David Norris (Damon), um candidato ao Senado Norte-Americano pelo estado de Nova York. Norris é um político bem atípico, sendo bastante novo com uma adolescência sofrida e alguns eventos politicamente incorretos na mídia.Ao preparar um discurso no banheiro de um hotel ele dá de cara com Elise (Blunt), que o inspira a fazer o discurso mais honesto de sua carreira.

Enquanto isso, "agentes secretos" de chapéu andam à volta de Norris para garantir que "pequenas" coisas ao seu redor saiam diferente do que David planejava.

Contudo um desses agentes comete um erro (numa desculpa grotesca do filme de ele estar cansado e cair no sono) ao não fazer com que Norris derrubasse café em sua camisa até as 07h05min, o impedindo de perder o ônibus e fazendo com que o acaso levasse Norris a dar de cara com Emily novamente dentro do ônibus.

Chegando ao trabalho na hora correta (errada para os agentes), David dá de cara com todos os funcionários de sua empresa congelados e esses agentes circulando livremente entre eles, alterando algumas linhas de raciocínio. Em choque, David sai correndo (sobe as escadas ao invés de sair do prédio - um leve toque de "Pânico" ao longa) numa cena bem emocionante e até divertida.

É então, ainda bem antes da metade do filme, que David descobre que esses agentes obedecem ao "Presidente", aquele que criou os planos das vidas de cada ser humano e eles apenas trabalham para que tudo saia sempre de acordo com o planejado.

Conforme a trama se desenvolve, David é apresentado à contradição do livre-arbítrio, tendo ele mesmo, ainda antes do final, decidir entre aceitar o plano maior ou sua própria vontade. Norris ainda vai deparar com essa decisão mais de uma vez.

Com brilhantes atuações de Anthony Mackie (Guerra ao Terror), John Slattery (Mad Men), Michael Kelly (Jogo de Poder) e Terence Stamp (o General Zod dos filmes do Super-Homem), "Os Agentes do Destino" conta ainda com a simplicidade de ser de longe um dos filmes de ficção científica mais críveis de todos. É um filme que realmente tem de tudo um pouco: uma realidade dentro da outra, decisões pra vida inteira (tema bem presente em quase todos os filmes do gênero) e as novidades: uma trama romântica bastante forte, uma história no passado/presente e uma trama bem amarrada, porém descomplicada.

Creio que "Os Agentes do Destino" serve, acima de tudo, para (re)conquistar os cinéfilos que não se importam com a ficção científica (quem não fica traumatizado depois de um homem se fundir a uma mosca por culpa de uma máquina de teletransporte?).

É bem verdade que as chances do filme de ser lembrado no Oscar são bem pequenas (o que, pra mim já é um certificado de qualidade muito bom).

Quanto ao design dos pôsteres eu achei eles bem fracos (o estilo popularizado por "A Rede Social" ainda domina, aqui nos pôsteres de personagens) e eu não consigo me acostumar à palavra "os" no pôster. Ainda acho que se apagar e deixar só "Agentes do Destino" vai ficar muito bom também, mas agora é tarde.






Confira o trailer de "Os Agentes do Destino":





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RTafuri

Blogger fajuto que sempre diz que vai dedicar mais tempo ao site e nunca cumpre o que promete. Está há cinco anos mantendo o site no ar e todo esse tempo sem saber o que o faz falar dele mesmo na terceira pessoa.

3 comentários:

  1. To querendo muito ver esse filme. Tem cara de ser muito bom mesmo. O trailer me conquistou. Espero conseguir assistir! :)
    Ótimo texto Raphael! Tu tem jeito pra tudo! hehehe
    Pelo menos escrever eu também sei e, modéstia parte, escrevo razoavelmente bem... hehehe
    Abração! =D

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  2. Nossa, que filme chato esse! Roteiro muito fraco, altamente previsível, mas com atuações que salvam (em parte) o filme... E Matt Damon é um gato, sempre! <3

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  3. Achei muito legal e criativo (se bem que foi baseado em um curta, mas assim mesmo...) Assisti no cinema e peguei na locadora semana passada. É maravilhoso.

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